Foto: Mandie D.
Fui agraciado com o amor sem limites.
Mas, quando garoto,
a gente preocupada trabalhava
e eu escapava
para as margens do rio Rion
e vagava sem fazer nada.
Aborrecia-se minha mãe:
"Garoto danado!"
Meu pai me ameaçava com o cinturão.
Mas eu, com três rublos falsos,
jogava com os soldados sob os muros.
Sem o peso da camisa,
sem o peso das botas,
de costas ou de barriga no chão,
torrava-me ao sol de Kutaís
até sentir pontadas no coração.
O sol assombrava:
"Daquele tamanhinho
e com um tal coração!
Vai partir-lhe a espinha!
Como, será que cabem
nesse tico de gente
o rio,
o coração,
eu
e cem quilômetros de montanhas?"
(Vladimir Mayakovisky)
Anexo
Eu não danço conforme a música:
meu coração toca uma melodia diferente
- razão pela qual nunca me importei
por não ser a pequena bailarina
na caixinha de alguém.
(Kenia Cris - escreve em Tertúlia Pão de Queijo e Poesia Torta)
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