Elegia

Arte: Anne Weirich

Que quer o vento?
A cada instante
Este lamento
Passa na porta
Dizendo: abre...

Vento que assusta
Nas horas frias
Na noite feia,
Vindo de longe,
Das ermas praias.

Andam de ronda
Nesse violento
Longo queixume,
As invisíveis
Bocas dos mortos.

Também um dia,
Estando eu morto,
Virei queixar-me
Na tua porta
Virei no vento
Mas não de inverno,
Nas horas frias
Das noites feias.

Virei no vento
Da primavera.
Em tua boca
Serei carícia,
Cheiro de flores
Que estão lá fora
Na noite quente.

Virei no vento...
Direi: acorda...

(Ribeiro Couto)

 O clima é de melancolia na poesia, mas aqui fora, o clima é de férias, descanso e diversão!

Um ótimo mês a todos, volto no final de agosto ;)
Beijo!

1 manifestações libertárias:

Concordo plenamente com o título desse blogue. Por isso, trabalho com literatura e faço poemas.
Eliane F.C.Lima (http://poemavida.blogspot.com e http://literaturaemvida2.blogspot.com)

 

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