Quintana, novamente!


Estou sentado sobre a minha mala

no velho bergantim desmantelado...

Quanto tempo, meu Deus, malbaratado

em tanta inútil, misteriosa escala!


Joguei a minha bússola quebrada

às águas fundas... E afinal sem norte,

como o velho Sindbad de alma cansada

eu nada mais desejo, nem a morte...


Delícia de ficar deitado ao fundo

do barco, a vos olhar, velas paradas!

Se em toda parte é sempre o Fim do Mundo.


Pra que partir? Sempre se chega, enfim...

Pra que seguir empós das alvoradas

se, por si mesmas, elas vêm a mim?

(Mário Quintana)

Quintana sempre merece espaço com suas lindas poesias!



0 manifestações libertárias:

Postar um comentário

Manifestações libertárias